No meu décimo aniversário recebi uma trotinete. Foi o presente que mais me marcou, pois mesmo a ver mal, podia ir para a rua brincar com as outras crianças.
Eu conseguia andar de trotinete, o que não acontecia com a bicicleta. Segurava o guiador junto ao peito, empinava a cabeça para a frente para mais facilmente detetar os obstáculos.
A trotinete era leve e segura, permitindo-me acompanhar as brincadeiras com as outras crianças que andavam de bicicleta.
Nos dias de hoje, a trotinete que foi o brinquedo que mais contribuiu para a minha inclusão, tornou-se num constrangimento para a minha mobilidade.
É sem duvida um meio de transporte, que pessoas alugam para fazer pequenos percursos, sobretudo nas grandes cidades. Mas, quando chegam ao destino pretendido, abandonam-as em cima do passeio em qualquer lado, sem qualquer cuidado.
Deparo-me constantemente com trotinetes deixadas ao acaso, de pé ou caídas no chão.
Este comportamento constitui um entrave à minha marcha e à de outras pessoas com deficiência visual, mas mais do que isso, é um verdadeiro perigo à nossa integridade física.
NOTA IMPORTANTE
Apelo a todos os utilizadores de trotinetes que, não as deixem espalhadas em cima dos passeios. Ao arruma-las lembrem-se que, há pessoas cegas e com baixa visão que não as veem e podem tropecar e cair.
Seja responsável.
Contamos consigo 🙏🏻.